Nota de pesar e repúdio contra o “acidente” na obra do Supermercado Verdemar no Belvedere

É com muito pesar que a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte e Região – Marreta, emite essa nota e repudia veementemente o “acidente” ocorrido na manhã desta terça-feira (17/10) que ceifou a vida de 4 operários e deixou um gravemente ferido, na obra de construção de uma loja do Supermercado Verdemar. O fato ocorreu pouco mais das 8H da manhã, na esquina das ruas Jornalista Djalma Andrade e Rua Dicíola Horta no Bairro Belvedere, após o deslizamento de um talude de aproximadamente 3 metros de altura, soterrando cinco operários.

Tragédias assim, poderia terem sido evitadas? Sim! Pois se não tivessem mexido nas Normas Regulamentadoras – NRs e as empresas fizessem um mapeamento de todos os riscos, cumprindo cada especificidade das Normas. Hoje há obras, que se quer tem um técnico, ou engenheiro de segurança. Além do mais, há um longo período de seguidos sucateamento do Ministério do Trabalho e Emprego –MTE, que se mantém com um número irrisório para a fiscalização, somado com o enfraquecimento das entidades de classe, após a famigerada “reforma” trabalhista, as empresas deitam e rolam, desafiam a própria sorte, tocando obras, sem os devidos cumprimentos de normas essenciais à segurança, saúde e higiene do trabalho. Foram essas “mexidas” nas Normas que reduziu a segurança dos trabalhadores, pois segundo alguns reacionários coo o ex-vice presidente general Mourão, que sem enxergar o oceano da complexidade, afirmou que “… temos algumas jabuticabas que a gente sabe que são mochilas nas costas de todo empresário.”, segundo sua afirmativa, que era referente à férias e o 13º, em seguida o presidente ataca as NRs e bastou isso, para fazer a roda da história voltar à década de 90 do século passado, onde os “acidentes” eram uma constante e a construção civil uma máquina de moer gente.

As vítimas que tiveram as vidas ceifadas foram: os operários Roberto Mauro da Silva (55 anos), Zacarias Evangelista Fonseca (59 anos), Rafael Pereira Barbosa (35 anos) e a engenheira Angélica Menezes Veloso (30 anos), que faleceram, essas vidas não voltam mais e com certeza a obra seguirá e futuramente uma nova loja da rede Verdemar de supermercados nascerá, imponente no luxuoso Bairro do Belvedere, que divide Belo Horizonte com o município de Nova Lima. A quinta vítima de 23 anos, sofreu uma fratura no fêmur esquerdo e encontra-se internado no Hospital Odilon Behrens.

A engenheira Juliana, que segundo informam os amigos, era apaixonada pela profissão, mas teve a sua vida ceifada, até chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital João 23, de helicóptero, após uma parada cardiorrespiratória, mas não resistiu e morreu no final da manhã. Já o operário segue internado. Ao chegarem no local e ter feito uma rápida vistoria a Defesa Civil de Belo Horizonte, notificou os responsáveis e interditou a abra, até que a empresa KAENG, providencie medidas de segurança e diminua os riscos de novos acidentes.

O Marreta acompanhou os resgates dos corpos dos operários, através dos diretores Vilson Valdez, Zildo Gomes e Antônio Ciriaco estiveram no local e acompanharam os Auditores Fiscais do Ministério do Trabalho. Também após avaliações, os Auditores Fiscais também optaram por interdição da obra. Já as apurações da causa do “acidente”, ficou a cargo da Polícia Civil. Analisando as fotos do local, notamos que para executar esse serviço, poderia ter sido usado um trator com pá escavadeira, para retirar o talude.

A diretoria do Marreta, está correndo atrás dos familiares das vítimas, para acompanhar o processo, mas luta para romper a redoma criada em torno dos familiares das vítimas> Nesse momento, o Sindicato estará em conjunta com o MTE, para não deixar que a KAENG desampare os familiares.

Até o momento, contra a KAENG não há nenhum fato registrado, que desabone o seu relacionamento, mesmo assim, não podemos baixar a guarda e buscar amenizar os prejuízos dos familiares e seguiremos acompanhando de perto os operários que seguirão após a liberação da obra pelos órgãos públicos.

Atenciosamente,

Diretoria do Sindicato

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