A Liga Operária e o Marreta, realizaram no dia 30 de julho ato de celebração do “DIA DO TRABALHADOR DA CONSTRUÇÃO DE BH”que lotou o salão de nossa sede para celebrar essa importante data, que é marcada de heroísmo e muita firmeza dessa gloriosa categoria, que mesmo após o covarde assassinato do tratorista Orocílio Martins Gonçalves com um tiro no peito, disparado pela polícia, na porta do ex-campo do Atlético Mineiro, na Avenida Olegário Maciel (onde hoje é o DiamondMall Shopping no bairro de Lourdes).
Os convidados tiveram o prazer de ouvir os líderes grevistas (veteranos combatentes), que atuaram na histórica greve dos trabalhadores daquele ano, além do presidente do Marreta e do presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Minas Gerais, e com a participação de representantes de movimentos populares de luta pela terra, estudantil e de mulheres.
O auge da celebração,foi a intervenção do dirigente metalúrgico da greve operária da Mannesman e principal articulador da greve da Construção de BH, Albênzio (Boné), onde ele pode fazer uma profunda análise do significado dos levantes de 1979, enriquecidos de detalhes que nos propiciou uma maior compreensão dessas históricas batalhas, que sacudiu os pilares da ditadura militar-fascista que havia se instalado no país com o golpe de 1964 e delineou dois caminhos para o movimento sindical: classísmo verso oportunismo. Afirmando que na época havia muitas forças que buscavam se organizar, mas que por não terem uma clareza da situação e nem a compreensão da realidade da situação e por não entenderem a contradição interna que o regime militar-fascista entre a direita do Alto Comando das Forças Armadas reacionárias, que procurava fazer uma “reabertura” lenta e gradual e por isso via a necessidade criar uma transição conciliadora, já a extrema-direita, queria manter o regime e endurece-lo ainda mais.
É nesse contesto histórico que os debates no seio da luta de classes, tomam formas: de um lado o oportunismo adestrado pelo Instituto Americano para o Desenvolvimento do Sindicalismo Livre (IADESIL) – o principal instrumento de intervenção ianque nas entidades sindicais, movimentos populares e de formação de líderes religiosos que atuavam em “apoio” da luta no campo e na cidade. Diante dos levantes massivos e radicalizados, logo formaram o “Partido dos Trabalhadores” e canalizaram a luta para a farsa eleitoral. Do outro lado, uma vanguarda classista, forjada no fogo da luta de classes, em meio aos grandes levantes de 1979 e no combate ao oportunismo, que apontam o caminho da luta pras massas sem caírem no “canto de sereia”.
Esse ato foi mais do que oportuno, diante do momento em que vivemos, desde os levantes de 2013/2014 e principalmente agora com a luta contra as “reformas” que estão em curso, levadas a cabo por um governo de generais, capacho do imperialismo principalmente ianque, que insiste em aplicar essa política antipovo e vende-pátria. O povo tem demonstrado que esta a fim de lutar. Só nesse ano de 2019 a massa já se levantou por três vezes: em 05 e 30 de maio e no dia 14 de junho, de forma cada vez mais decidida e radicalizada.
Os 40 anos dos históricos levantes, são mostrados no vídeo “Viva os grandes levantes operários de 1979 no Brasil!”, editado pela Liga Operária no canal do youtube, nos mostra a fúria das massas operárias em luta.
A vibrante homenagem terminou com o Marreta renovando o seu juramento de seguir no caminho da luta classista e defender os interesses dos trabalhadores. E conclamando todos os trabalhadores e entidades a tomarem parte ativa na organização da Greve Geral de Resistência Nacional, através da conformação de Comandos de Greve nos locais de trabalho e moradia contra os ataques desse governo latifundista, obscurantista, vende-pátria e antipovo, tutelado pelo Alto Comando das Forças Armadas (ACFA), serviçal do imperialismo, principalmente ianque.